Dormitório para um casal de idosos – Mostra D&D

Este post tem por objetivo colaborar no trabalho de pesquisa dos alunos da disciplina  de Acessibilidade que hoje ministro no curso de Design de Interiores do Centro Universitário FIAM-FAAM.

Desde já peço desculpas pela qualidade (ou falta de…) de algumas fotos que estão literalmente “fora de foco”. A essas “alturas do campeonato” não me bastasse a miopia, o alto astigmatismo e leve estrabismo (imperceptível) que tenho desde quando nasci, ganhei com o passar dos anos além de muita experiência, maturidade e alguns quilos, também uma certa presbiopia que chamo de esquizofrênica graças a sua “instabilidade” ao longo do dia. (rsrsrs). Tenham paciência com a teacher pois decidi não utilizar fontes de terceiros… Portanto as fotos vão desfocadas mesmo… rsrsrs

Hoje vamos falar sobre o Projeto de Design de Interiores e suas qualidades. Além das soluções criativas, técnicas e esteticamente adequadas à cultura contemporânea, nossos projetos devem trazer qualidade ao cotidiano de vida dos nossos clientes.

Isso significa ressaltar  aspectos vinculados não só à funcionalidade como também à usabilidade dos ambientes e objetos que compõem os espaços criados com conforto e segurança.

Tenho certeza que vocês estarão pensando:
Eu já aprendi isso … ou ainda … eu já faço isso… grande novidade… meu projetos levam em conta o bem estar dos meus clientes… e por aí vai…

Pois eu posso afirmar: Não pensam não e não fazem ainda.

Exemplos:
_ você consegue guardar objetos nos armários de um modo geral? inclusive nos pontos mais altos?
_ você tem alguém mais velho ou com dor nas costas em sua casa ou ambiente de trabalho que vive reclamando das tomadas baixas nos ambientes?
_ a pia de sua cozinha ou do seu banhiero está na alura adequada para seu uso?
_ você cabe ou consegue trocar de roupa nos provadores de lojas?
_ abrir embalagens (pacotes de leite, latas de achocolatados, vidros de conservas, etc) com facilidade e sem fazer sujeira?
_ já ganhou hematomas batendo na quina de algum móvel, tropeçando em tapete/carpete, etc?

Se você respondeu não para alguma das questões anteriores, saiba que está na hora de falarmos sobre o Desenho Universal e seus 7 princípios de projeto. As discussões hoje sobre o tema concentram-se na concepção de produtos, meios de comunicação e ambientes que possam ser utilizados por todas as pessoas, qualquer que seja a idade, estatura ou capacidade, o maior tempo possível e sem a necessidade de adaptação ou auxílio.
Em suma: o conceito não deve ser associado a pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida ou ainda com alguma necessidade especial temporária apenas.  Todos os nossos clientes tem direito de usufruir de ambientes acessíveis.

Por isso decidi falar sobre a Mostra D&D Casa e Corporativo que aconteceu em junho e julho de 2010. Alguns dos ambientes criados foram projetados por designers, decoradores e arquitetos para pessoas com deficiência mas posso afirmar que grande parte dos espaços resultantes atendem aos princípios do Desenho Universal.

Dormitório do Casal

Projetado por Glen Finch , o dormitório foi concebido para atender as necessidade de um casal de idosos. Mas afinal, quais são as necessidades de um idoso? Com o tempo, vamos perdendo algumas das nossas “aquisições”. Andar não é mais tão fácil, o fôlego fica mais curto, algumas doenças podem afetar nossa capacidade cognitiva, nossa visão, nossa audição, nossa mobilidade… Alguém ja ouviu pai, mãe, tios ou pessoas mais velhas do que vocês reclamando da idade ou lembrando como era mais fácil subir numa escada sem ficar com tontura ou medo de cair por exemplo?

 No ambiente fotografado, você poderá observar alguns situações criadas pelo arquiteto. São elas:
_ Os caminhos estão livres e são amplos permitindo uma passagem segura entre um ambiente e outro. Pode passar portanto um idoso andando ou em cadeira de rodas tranquilamente pois não há fios, objetos, tapetes, cantos de móveis.
_ Os tapetes estão fixos no chão e, principalmente, no mesmo nível evitando aquele “degrau” que apesar de pequeno inviabiliza a subida de uma cadeira de rodas. Isso significa que você deverá “embutir” os carpetes, capachos, etc evitando com essa atitude possíveis tropeços e quedas. O mesmo ocorre com o piso selecionado. E por falar em pisos, evite aqueles que são “lisos” e escorregadios para sapatos que não são emborrachados na sola. Tentem encontrar materiais e fabricantes que produzam pisos antiderrapantes… Em idade mais avançada, uma queda pode ser “fatal”.
_ A iluminação é muito importante. no caso, o projetista optou correta e elegantemente por uma iluminação de piso com o objetivo de orientar os usuários.
_ Camas e cadeiras devem atender a um idoso sentado confortavelmente estando na altura dos joelhos . Com a idade, levantar é um problem(de 45 a 50cm do chão) a principalmente em poltronas e sofás baixos e macios. Alguém já viu na própria família um avô por exemplo pedir auxílio para “sair do sofá”? Liberdade, qualidade de vida e dignidade andam sempre todas juntas… lembram da aula sobre direios humanos?
_ Tomadas baixas devem ser colocadas numa altura em que o idoso não precise abaixar-se para ligar qualquer tipo de aparelho .
_  Móveis, utilize apenas aqueles “sólidos” como diria a minha avó… rs e essenciais. São eles: poltronas ou cadeiras para que possam calçar os sapatos com facilidade por exemplo. Aquela utilizada pelo designer é muito boa.
_ sobre a mesa de cabeceira (que deve estar uns 10cm mais alta da cama e ter bordas arredondadas), ao lado da cama, sempre coloque um telefone para o caso de algum problema surgir.
_ Mostra Acessível
_ Mais dicas num blog bacana. Vale conhecer!
_ Desenho Universal

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Ficha Técnica

Carpete by Beaulieu
Móveis by TrendCasualHome
Dominici Iluminação e projetos
Objetos diversos by Tok Stock
Papel de Parede: Bucalo

Cama e cadeira de massagem Sleep Beds
Vidros e Espelhos by Saccaro
Cortinas ou Persianas by Luri decorações

Tintas by Sherwin Willians

Autor: Helena Degreas

Sou arquiteta e urbanista. Sou curiosa profissional. Gosto de ler, pesquisar, empreender e amo viajar. Sou colunista da Jovem Pan News e do Portal Acesse. Comento sobre cidades. ambientes e acessibilidade do ambiente construído.

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